sábado, abril 16, 2011

Palestra "Nós, os Ciganos e os Outros"

Realizou-se no dia 8 de Abril de 2011, na Escola Secundária Professor José Augusto Lucas, em Linda-a-Velha, a palestra "Nós, os Ciganos e os Outros", organizada pelo Dr. Pedro Caetano e pelos alunos do 12.º F, no âmbito da disciplina de Sociologia. Contou com a participação da Professora Doutroa Maria Manuela Ferreira Mendes, com o Mediador Sóciocultural Sr. José Luís Quintino e comigo - Mestre Jorge Pereira.

Além do cartaz e de algumas fotos do evento, deixo aqui o texto base da minha aprestação e respectiva apresentação em PowerPoint.










sexta-feira, agosto 08, 2008

Alguma Bibliografia Interessante - II (Colecção Olhares)

COLECÇÃO OLHARES

PONTES PARA OUTRAS VIAGENS

Escola e comunidade cigana: Representações recíprocas - Luíza Cortesão e outros

"Há títulos felizes e este é, sem dúvida, um deles.
Para se passar, para se ultrapassar alguns obstáculos, é necessário construir pontes.

Mas para construir uma ponte, é indispensável a constância de «margens», de um lado e de outro.

Comunidade cigana de um lado, comunidade de acolhimento do outro, o ideal não é que desapareçam as "margens", mas que se mantenham com a sua particularidade própria na riqueza da diferença.

A ponte serve precisamente para que o trânsito se possa fazer num sentido ou no outro, sem medos, sem afastamentos, sem colisões...

Que este interessante trabalho realizado por ma prestimosa equipa da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, centrado sobretudo na problemática do bairro e da escola e das respectivas representações, possa contribuir para fazer a ponte e feita esta nos prepare para outras e melhores viagens, lado a lado."

P. António Vaz Pinto

SAÚDE/DOENÇA É QUESTÃO DE CULTURA

Atitude e comportamentos de saúde materna nas mulheres ciganas em Portugal - Luísa Ferreira da Silva

""As crianças ciganas têm boa saúde,... andam sempre ao ar livre e ao sol! Não precisam de andar sempre nos médicos! Os vossos é que estão sempre dentro de casa, são branquinhos...!" Quando ouvi esta afirmação feita por uma mulher cigana com quem conversava sobre assuntos relacionados com a saúde e a doença, senti que estava perante o essencial daquilo que procurava compreender."


Luísa Ferreira da Silva - Extracto da Introdução



REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS COMUNIDADES CIGANAS E NÃO CIGANAS - Implicações para a integração social - Ernesto Paulo Fonseca e outros

"A comunidade cigana espalhada por todo o território, constitui a única minoria étnica (não em sentido jurídico) que se assume como tal e simultaneamente como portuguesa. Presente em Portugal há 5 séculos, interagindo com a comunidade maioritária ao longo do tempo e até hoje, a legítima salvaguarda dos seus valores próprios e identitários, não tem sido fácil, num processo de integração intercultural, respeitador das diferenças que desejamos genuíno.
As representações sociais mútuas, da comunidade cigana e da comunidade portuguesa, como estes estudos conjuntos mostram, estão, de parte a parte, eivadas de desconhecimento, preconceito e exclusão.
Embora, certamente, existam «culpas», por acção e omissão, de uma parte e de outra, não creio que haja interesse em atribuí-las... Importante é conhecer os factos e a sua representação e a partir dessa realidade incontestável, para um lado e para o outro, procurar «lançar pontes» de conhecimento, de relação e de empatia..."
Extracto da Nota da Abertura de P. António Vaz Pinto

Alguma Bibliografia Interessante - I

ETNICIDADE - Steve Fenton


"O termo de «etnicidade» ocupa hoje um papel importante na imaginação sociológica e nos discursos políticos e de política. Este livro ataca a questão segundo duas linhas diferentes. Uma visa estabelecer o que é a etnicidade e a outra determinar as condições sob a quais a identificação étnica se torna na principal fonte de acção. Na persecução do prmeiro propósito, são examinados os significados explícitos e implícitos dos termos «étnico», «etnicidade» e «grupo étnico» e de alguns termos relacionados, em particular «raça» e «nação». O que incluiu uma análise de alguns autores mais importantes no campo ao lngo do século XX e até ao presente. No segundo propósito, descrevem-se, algumas vezes com conhecimento, outras especulativamente, as ciscunstâncias em que as identidades étnicas se tornam numa importante dimensão da acção. A primeira parte do livro aborda as questões mais valiosas para estudantes iniciados no assunto; a segunda parte apelará, assim se espera, indistintamente a experientes e iniciados.

Em síntese, pretende-se reposicionar o interesse pela etnicidade no quadro do domínio central da imaginação sociológica - a estruturação do mundo moderno, formações de classe e culturas de classe, as tensões entre vidas privadas, culturas e a coesão da vida comum e pública."

O INSUCESSO ESCOLAR E AS MINORIAS ÉTNICAS EM PORTUGAL - Uma abordagem antropológica da educação - Manuel Viegas Tavares

"Esta obra de Manuel Viegas Tavares flui entre duas margens, a Educação e a Antropologia, que nunca se perdem de vista, exactamente como a acção que o autor tem desenvolvido ao longo de décadas. Profundo conhecedor do fenómeno educativo, como a sua vasta e prestigiada carreira no MInistério da Educação atesta, desde sempre que a Antropologia foi o seu campo de investigação.

Não uma Antropologia livresca e especulativa mas a ciência onde o Homem interroga o outro Homem, onde questiona angustiadamente porquês e onde Viegas Tavares tenta descobrir como pode servir melhor outros homens."

Extracto do prefácio redigido pelo Prof. Doutor Trovão do Rosário.


quarta-feira, julho 02, 2008

Em resumo...

A minha dissertação de mestrado apresenta como objectivo de estudo a inclusão das crianças e dos jovens de etnia cigana no sistema de ensino português e as estratégias que este mesmo sistema utiliza no âmbito de uma política de educação intercultural que permitam fazer face a uma inclusão efectiva destes alunos permitindo-lhes alcançar o sucesso académico em vez de serem continuamente referidos como alunos que alcançam resultados inferiores à média nacional.

Durante a pesquisa verificou-se que a situação face do sistema escolar relativamente às comunidades e aos alunos de etnia cigana, em alguns países da Europa Ocidental, numa perspectiva de benchmarking, continha algumas semelhanças com a situação vivida em Portugal, nomeadamente em termos de aceitação destes numa perspectiva de igualdade de oportunidades e de sucesso académico. De uma maneira geral, os alunos da etnia cigana são discriminados e os seus resultados académicos sã inferiores aos registados pelas várias médias nacionais.

A parte empírica do trabalho baseou-se num estudo de caso que decorreu em Coimbra, onde os alunos de etnia cigana se apresentam em número reduzido, a taxa de desistência é alta e a taxa de diplomação caracteriza-se por ser, de um modo geral, inferior à nacional. Através da ligação que foi estabelecida com entidades públicas e projectos que intervêm no campo da inclusão de jovens, designadamente ao Programa Escolhas e dos Projectos Renovar Origens e Trampolim, foi possível estabelecer uma aproximação mais intensa e mais rigorosa relativamente à realidade sobre a comunidade cigana na cidade de Coimbra.

Os resultados dos inquéritos realizados nas escolas parceiras dos projectos supramencionados, junto dos docentes que aí leccionam permitiu-nos obter uma visão mais detalhada sobre a opinião destes profissionais relativamente aos alunos ciganos e à aplicação de estratégias no domínio da educação intercultural no contexto de sala de aula

Apesar das entrevistas realizadas junto das famílias de etnia cigana revelarem um abandono precoce e definitivo da escola por parte dos entrevistados, estes reconhecem que a escola pode ter uma influência muito positiva e um papel muito relevante na vida futura dos seus filhos.

A importância dos mediadores sócio-culturais que trabalham nas escolas foi reconhecida pelos professores e pelas famílias de etnia ciganas como um elemento que pode promover a inclusão dos alunos ciganos em igualdade de condições. A missão deste profissional, através da execução das suas funções, pode ser um elemento valioso para a escola e para as famílias ciganas. No entanto, a sua situação profissional ainda é precária.

sábado, julho 14, 2007

As Estrelas Pretas Brilharam nas Noites do Parque

No dia 13 de Julho, sexta-feira, pelas 22horas, no Parque Verde da Várzea, em Torres Vedras, foi apresentado o espectáculo "Estrelas Pretas", uma criação de Peter Serge Butko.

Este espectáculo envolveu cerca de 15 elementos da comunidade cigana torreense, que apresentaram várias criações artísticas baseadas em áreas dominantes da cultura cigana como a dança e a música.

O espectáculo apresentado á comunidade, resulta de uma residência artísitca que decorreu, em regime intensivo, entre 3 e 13 de Julho, nas instalações do GDR Boavista-Olheiros com a orientação de Otto Bunda (na área da dança) e de Mário Bobek (na área do canto) e envolveu as associações Miret (Rep. Checa) e Sergerat.com (Eslováquia).

quinta-feira, julho 12, 2007

Cantar e Dançar no Verão Entre Estrelas Pretas

Durante 10 dias, no princípio de Julho, somos convidados a cantar e a dançar músicas e ritmos tradicionais das comunidades ciganas da Europa com excelentes mestres. O resultado final será um espectáculo a apresentar a toda a comunidade em Torres Vedras, com o apoio da Câmara Municipal.

Peter Serge Butko trabalha na República Checa com a associação Miret que apoia jovens ciganos nas suas manifestações artísiticas e criativas. Tem uma larga experiência de trabalho com jovens em vários países do mundo. Esteve em Torres Vedras onde apresentou "Romance Gitanes". Traz consigo Otto Bunda, do teatro Romathan, o único teatro roma da Europa (Eslováquia) e Mário Bobek.

sexta-feira, junho 15, 2007

Mais ciganos famosos! Os meus alunos, ... claro!

O António Teles, também conhecido pelo "Tózinho", tem 13 anos e frequenta o 7.º ano de escolaridade na Escola Básica Integrada Padre Vítor Melícias em Torres Vedras. Acha que "a escola é boa para aprender coisas". Na escola, segundo o Tózinho, tratam-no de um modo diferente por pertencer à comunidade cigana, mas, como ele diz, "é só a brincar". Este aluno gosta da escola e acha que ela é importante no seu futuro. Um dia gostava de ser cartoonista. Ficamos à espera de ver os cartoons assinados pelo Tózinho.


O Danilo Fernandes tem 12 anos e frequenta o 5.º ano de escolaridade no mesmo estabelecimento de ensino. Acha que "a escola é importante para o futuro". Tal como ao António, também o tratam de um modo diferente por ser cigano, mas também é só a brincar. Um dia, o Danilo gostava de ser feirante.