sexta-feira, setembro 16, 2005

Lançamento do livro "Nós, os Ciganos e os Outros" de Maria Manuela Ferreira Mendes

Apresento aqui algumas fotos do lançamento do livro de Maria Manuela Ferreira Mendes, "Nós, os Ciganos e os Outros" apresentado pelo Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. Este acontecimento cultural teve lugar na livraria Ler Devagar, no Bairro Alto em Lisboa no dia 15 de Setembro de 2005.



A autora é socióloga e docente no Departamento de Ciências Sociais e do Território da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.

sexta-feira, setembro 09, 2005

O "Projecto" da Caixa Amarela ou a Escola Aberta I - Alcobaça

A comunidade cigana encontra-se no concelho de Alcobaça desde 1974, ano em que três famílias – Lima, Conceição e Portugal – se instalaram em terrenos camarários, em barracas construídas mediante a autorização da Câmara Municipal.

Desde esta data, com o nascer dos filhos e ainda outros familiares e/ou compadres, obedecendo a regras, normas e valores culturais muito próprios, o número de habitantes deste grupo étnico é de cerca de 180 cidadãos portugueses.

Desde há alguns anos, em particular desde 1995, que esta comunidade é alvo de algumas acções que visam prevenir e reduzir o absentismo escolar das crianças ciganas.

Adelino Antunes que, em 1995 era coordenador do Instituto de Reinserção Social de Alcobaça, contrariou algumas das vivências – a “pedincha” junto ao Mosteiro – destas crianças.

Durante alguns dias cativou algumas destas crianças com pequenos objectos inertes que se transformavam em brinquedos, com algumas histórias, umas sobre a sua própria infância, outras sobre a sua experiência na escola, quando criança. Estas histórias aguçaram a curiosidade destas crianças e, em pouco tempo, todas manifestavam a vontade de aprender a ler, a escrever, a fazer contas e a desenhar. Esta vontade, que se transformou num pedido, apresentou-se como uma tarefa difícil para Adelino Antunes, mas que este aceitou. O principal objectivo era levá-los a gostar da escola e a sentirem prazer em aprender.

Neste contexto surge a Caixa Amarela, que não era mais do que um simples malote de plástico amarelo brilhante. Dele saíram canetas de feltro, papel, cadernos, livros de história, jogos, lápis de cor, etc.

Os joelhos serviam de carteiras, a secretária era a tampa da caixa e a as-a-de-aula a própria natureza.

quarta-feira, setembro 07, 2005

"Ciganos. E mais uma vez a minha raiz humana estremeceu. São eles que me dão sempre a medidad absoluta da liberdade que não tenho e por que suspiro. Anarquistas em espírito e corpo, lembram-me príncipes do nada, milionários do desinteresse, sacerdotes da preguiça, ampulhetas obstinadas onde o tempo não se escoa."

Miguel Torga
in Diário